Formada pela UFMG, atua no jornalismo desde 2014 e tem experiência como editora e repórter. Trabalhou na Rádio UFMG e na Faculdade de Medicina da UFMG. Faz parte da editoria de Distribuição de Conteúdo / Redes Sociais do Estado de Minas desde 2022
Amador Flores Vargas, de 12 anos, morreu devido a uma infecção grave provocada por uma infestação de piolhos crédito: Arquivo pessoal
O estudante Amador Flores Vargas, de 12 anos, morreu devido a uma infecção grave provocada por uma infestação de piolhos. O menino foi levado a um hospital em Coahuila, no México, em estado crítico, com febre persistente, desidratação severa e sinais de falência de órgãos. Ele foi vítima de uma infecção bacteriana chamada riquétsiose, transmitida por picada de piolhos (pediculose).
De acordo com as autoridades, este é o primeiro caso da doença registrado na região. O menino foi internado no fim de maio, com um quadro bastante avançado. Amador estava com insuficiência hepática, baixa produção de plaquetas e sepse (infecção generalizada).
Antes de procurar o hospital, o menino ou oito dias com uma infestação de piolhos. Ele chegou a ser tratado com antibióticos, teve o cabelo raspado para eliminar os piolhos e usou um shampoo especial. No entanto, o quadro do menino piorou e ele precisou ser levado para um hospital.
Segundo os médicos, houve uma demora no atendimento, o que dificultou as chances de recuperação. Após a morte de Amador, as autoridades sanitárias instalaram um cordão sanitário no bairro da família do menino, para impedir a propagação do parasita. Foram realizadas varreduras e ações de desinfestação em domicílios vizinhos.
Carrapatos são aracnídeos parasitas que se alimentam do sangue de animais vertebrados, incluindo mamíferos como os seres humanos, aves, répteis e anfíbios. Bastante comuns no Brasil Flickr Maria Ogrzewalska
Em ambientes rurais, os carrapatos são um grande problema para os animais como bois, cavalos e porcos. Eles causam desconforto e estresse nos rebanhos, e também podem transmitir doenças como a babesiose e a anaplasmose, que afetam a saúde e a produção dos bichos. Flickr jaque zattera
Em todo o mundo, há mais de 900 tipos diferentes de carrapatos. No Brasil, existem cerca de 230. Veja agora as principais espécies e como se prevenir com segurança! Ministério da Saúde Reprodução
Carrapato-estrela: Também conhecido como carrapato-de-cavalo, esse tipo de carrapato é encontrado comumente em áreas selvagens e em fazendas, e é visto frequentemente em capivaras, cavalos, cães e outros animais. James Gathany/Wikimédia Commons
Se ele estiver infectado com a bactéria Rickettsia rickettsii e picar uma pessoa, pode transmitir a febre maculosa, que pode causar sintomas graves e, em casos mais severos, até mesmo levar à morte. domínio público
Carrapato-de-boi: É uma das espécies mais comuns e prejudiciais no Brasil, especialmente para os fazendeiros. Divulgação Fio Cruz
Ele afeta principalmente o gado bovino, causando anemia enfraquecimento e até anemia nos animais. Domínio Público/Wikimédia Commons
Ele é encontrado principalmente em áreas de pastagem e campos abertos, onde vivem uma variedade de animais, incluindo cavalos, bois, capivaras e até mesmo seres humanos. Divulgação Fio Cruz
Carrapato-marrom: Também conhecido como carrapato-de-cachorro, é uma espécie comum de carrapato que parasita cães, mas também gatos e outros animais domésticos. Divulgação
Esses carrapatos são conhecidos por transmitir doenças como a erliquiose e a babesiose canina, que podem ser graves e até mesmo fatais para os animais. Flickr Fabio Calsa
Carrapato-de-galinha: É um ácaro parasita comum em aves de criação, especialmente em galinhas e outras aves. Eles se alimentam do sangue das aves durante a noite, causando irritação na pele, perda de peso e diminuição da produção de ovos. Creative Commons
O ciclo de vida do carrapato-de-galinha é curto, geralmente de uma a três semanas, o que o torna capaz de se multiplicar rapidamente em condições favoráveis. Flickr dardaoow
Evitar que os carrapatos se estabeleçam nos lugares é mais fácil do que controlá-los depois. Flickr Maria Ogrzewalska
Limpar regularmente os pastos, remover plantas altas, folhas secas e sujeira, ajuda a reduzir o ambiente favorável para os carrapatos. Christian Krknjak pexels
Animais como gado e cavalos devem ser mantidos longe de áreas com muita sombra, onde os carrapatos podem ficar escondidos. - Flickr José Santarém
Um programa de banhos regulares com produtos para carrapatos deve ser seguido para eliminar os insetos e evitar novas infestações. Flickr Alberto Rossettini
Já para remover os carrapatos da pele, deve-se use luvas de látex ou borracha para proteger as mãos antes de retirá-los. Imagem de Erik Karits por Pixabay
Depois, com uma pinça fina de ponta longa, segure o carrapato o mais próximo possível da pele do animal ou pessoa, agarrando-o pela cabeça. - Imagem de Catkin por Pixabay
Não torça ou vire o carrapato, pois isso pode fazer com que sua boca fique presa na pele. Com movimentos suaves e firmes, puxe-o para fora. Flickr HÉLVIO ROMERO
Depois de remover o carrapato, limpe a área da picada com água e sabão ou um antisséptico para evitar infecções. Kamaji Ogino pexels
Após remover o carrapato, coloque-o em um recipiente com álcool ou água sanitária para matá-lo. Nunca o esmague com os dedos, pois isso pode liberar germes. Imagem de Erik Karits por Pixabay
Fique de olho na área da picada nos próximos dias. Caso note algum inchaço, vermelhidão intensa ou reação incomum, procure atendimento médico ou veterinário com urgência. Globoplay
As autoridades pediram para que a população tome medidas extremas de higiene e vigilância epidemiológica.
O que é riquétsiose?
A riquétsiose é causada por bactérias do gênero Rickettsia – a mesma causadora da febre maculosa. A doença é transmitida ao ser humano por pulgas, carrapatos, ácaros, piolhos e outros ectoparasitas infectados que vivem em animais como cães, gatos, ratos e esquilos, e pode ser transmitido por humanos na pele, no cabelo e nas roupas. Nos casos mais graves, a infecção pode levar a uma intoxicação no sangue, falência múltipla de órgãos e até à morte.
Os sintomas são febre persistente, dores musculares, náuseas, vômitos, inchaço dos gânglios linfáticos, erupções na pele e mal-estar geral. O paciente deve procurar o atendimento médico quando houver quadro de febre alta, manchas vermelhas no corpo, cansaço extremo ou histórico recente de contato com parasitas.
Embora o caso de Amador seja raro, é importante ficar vigilante na higiene das crianças. Para isso, mantenha o couro cabeludo limpo, inspecionando com frequência. Além disso, é indicado evitar o compartilhamento de pentes, bonés e escovas e procurar ajuda médica ao notar infestações.