No mês mais romântico do ano, um dos bares mais icônicos do centro de Belo Horizonte aposta em um gesto simples para aquecer os corações: escrever à mão. Até o dia 30 de junho, o Pop Kid promove a segunda edição da campanha "O amor é pop: o amor está no bar", que convida seus clientes a redescobrirem o charme das cartas manuscritas. A proposta é que visitantes do estabelecimento escrevam mensagens de amor, carinho ou gratidão para pessoas queridas - em qualquer parte do Brasil ou do mundo - e deixem os postais em uma caixa retrô instalada na entrada do local. As cartas são recolhidas semanalmente e enviadas via Correios pelo próprio estabelecimento.

Atualmente, além de servir um buffet self-service, as tradicionais batatas recheadas, os pop pasteizinhos e diversos petiscos acompanhados de uma seleção de mais de 10 tipos de chope, o bar se consolida como um espaço de afeto e identidade cultural.

Além de servir um buffet self-service, as tradicionais batatas recheadas, os pop pasteizinhos e diversos petiscos acompanhados de uma seleção de mais de 10 tipos de chope, o bar se consolida como um espaço de afeto

Victor Schwaner

A ação, realizada no mês dos namorados e que estreou com sucesso em 2024, retorna este ano como uma forma afetuosa de estimular a conexão entre as pessoas em tempos tão digitais. De acordo com Leandro Câmara, gestor do Pop Kid, a ideia ganhou força após a repercussão positiva da primeira edição.

"Percebemos que, mesmo em um mundo de mensagens instantâneas, as pessoas se emocionam com algo mais artesanal, feito com calma e cuidado", conta. "Foram mais de 300 postais enviados no ano ado, e quem recebeu ficou encantado". 

 

Amor à moda antiga

Criada pela Agência Curinga, a campanha aposta no poder da nostalgia para tocar corações. "Queremos resgatar o valor do gesto, da letra feita à mão, da escolha de um cartão bonito", explica Virgilius Lustosa, diretor da agência responsável pelo conceito criativo. "Hoje em dia, aniversários são celebrados com mensagens curtas no WhatsApp. A carta, por outro lado, exige tempo, reflexão e sentimento". 

O ritual funciona de forma simples: os postais estão disponíveis na porta do bar, protegidos em uma estrutura de acrílico. Qualquer cliente pode pegar um, escrever sua mensagem e depositá-la na caixinha de correio retrô. A equipe se encarrega de reunir os cartões e enviá-los semanalmente. 

Além do aspecto romântico, a campanha conversa com uma característica cultural profunda dos mineiros: o afeto

Victor Schwaner

Além do aspecto romântico, a campanha conversa com uma característica cultural profunda dos mineiros: o afeto. "Somos um povo acolhedor. Faz parte da nossa essência esse gesto de cuidado com o outro. E essa campanha é um reflexo disso", destaca Câmara.

Cartas para idosos

Este ano, a campanha vai além do espaço do bar. Ao final da ação, a equipe do restaurante escreverá cartas especialmente para idosos que vivem em instituições de longa permanência na capital. As mensagens serão entregues pessoalmente, com o objetivo de levar palavras de carinho a quem muitas vezes não tem por perto familiares ou amigos. "Queremos lembrar que o amor não tem fronteiras, nem idade, e pode ser oferecido até mesmo a desconhecidos", afirma o gestor.

Ao final da ação, a equipe do restaurante escreverá cartas especialmente para idosos que vivem em instituições de longa permanência na capital

Reprodução/Victor Schwaner

Uma tradição que se reinventa

Presente na memória afetiva da cidade há mais de quatro décadas, o Pop Kid é testemunha viva da história recente de BH: viu a chegada da Feira Hippie à Avenida Afonso Pena, a reabertura do Cine Theatro Brasil, o retorno vibrante do carnaval de rua e muitas celebrações no quarteirão fechado da Praça Sete. 

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Diante do sucesso da campanha, a ideia é que o gesto continue em outras datas comemorativas. "Os turistas adoram os postais, principalmente porque trazem elementos de Belo Horizonte. Mas mais que isso, percebemos que essa experiência de escrever à mão toca as pessoas de forma profunda. Então, por que não continuar?", conclui Câmara.

*Estagiária sob supervisão do subeditor Humberto Santos

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